Retomada e Analise Histórica

Uma breve retomara historia sobre o Estruturalismo, que a língua se constitui como uma estrutura e seus elementos têm interpretações.
Trabalho do lingüista estruturalista: “Os meninos”, analisando essa sentença como um todo, têm-se um sintagma nominal (SN), o artigo “Os” é um determinante, enquanto “meninos” é um nome.O sujeito marca o plural somente no primeiro elemento,se a sentença estivesse ao contrario seria considerado agramatical.
“Os meninos” para o português não funciona assim, pois marca seu plural no primeiro sintagma. Já em outras línguas como no inglês, o plural fica no segundo elemento: “The Boys.”.
O Gerativismo, diferentemente do estruturalismo, coloca em questão as condições de produção do grupo de falantes que utiliza determinada formação. Assim pegando o mesmo exemplo da frase acima “Os menino” tem também, “os” como determinante e “menino” como nome. Entretanto, existe a preocupação em marcar que apenas o artigo é no plural, e explicar que esta forma de utilização da língua se restringe a um determinado grupo de falantes.
Portanto, comparando essas duas correntes, a estruturalista e a gerativista, tem preocupação apenas com o lingüístico na língua.
Para contrapor ambas, tem-se o Materialismo Histórico, que tenta pensar as questões da linguagem levando em conta aspectos sociais e históricos e não apenas lingüísticos.Não dá para pensar em significado e sentido sem pensar em determinações históricas e sociais, ao contrario, do pensamento estruturalista.
Existe os princípios de controle e rarefação dos discursos, tendo o controle do que é dito e o controle de quem pode dizer tais discursos e ideologias.

Uma das raízes do Materialismo, é a Análise do Discurso, que possui quatro representantes que merecem destaque aqui:
•Analise do Discurso Francesa que surgiu no final dos anos 60 com Michael Pêcheux com preocupação militante, tentando fazer uma AD política para a sociedade não ser mais assujeitada pelos aparelhos ideológicos do Estado, baseando-se em Althusser, que por sua vez foi leitor de Marx e escreveu sobre o materialismo histórico.
•Michael Foucault discute a relação do discurso com as condições de quem fala para quem se fala do momento histórico e do lugar que se fala.
•Mikhail Bahktin dedicou seus estudos na relação entre sujeito e discurso, com objetivismo abstrato e subjetivismo idealista. Havia uma relação de ideologia e cultura.
•Norman Fairclough dedicou-se a um discurso crítico questionando a materialização das lutas sociais.

Análise sobre um texto

Sintaxe: explorando a estrutura da sentença

Texto orientado pelo professor, para ler e fazer um seminário.

•O objetivo desse texto é nos orientar no trabalho de análise da estrutura das sentenças da língua portuguesa utilizando o nosso conhecimento lingüístico.
•O falante de qualquer língua natural tem um conhecimento inato sobre os itens lexicais de sua língua que se organizam para formar novas expressões cada vez mais complexas, até chegar ao nível da sentença. Que é parte central da competência lingüística de nós seres humanos.
A sentença se constitui por dois itens lexicais: determinam os elementos que podem satisfazê-la; satisfazem as exigências impostas pelos elementos. ”O João construiu uma casa” o verbo construir é um item lexical que precisa ser acompanhado por outras expressões lingüísticas uma que corresponda ao objeto e outra ao agente; porém nunca nos damos conta disso, pois achamos as coisas tão naturais, só percebemos quando somos expostos a uma sentença fora do contexto, como alguém nos dizer “construiu uma casa” nos perguntaremos imediatamente “quem construiu essa casa?”.
•Categorias gramaticais :
-Com o objetivo de exemplificar o nosso raciocínio para realizarmos os itens lexicais, nota-se o recorte de um dos exemplos dado “Skol, a cerveja que desce redondo.”, conclui-se que redondo está associado a descer e não a cerveja, dando a entender que a cerveja desceria de modo redondo.
-Quando redondo se relaciona com itens nominais é um item lexical da categoria dos adjetivos e quando se relaciona com verbos pertence a outra categoria gramatical.
-Redondamente pertence a categoria dos advérbios que está voltada para a categoria nominal.
Portanto, podemos dizer que os falantes da língua sabem que certo item lexical pertence a uma determinada categoria gramatical.
•Estrutura de constituintes
-As sentenças das línguas naturais são formadas por uma sentença linear de itens lexicais, então sabemos quando uma sentença é bem formada em português e outras que não são possíveis, por exemplo: A) O menino comprou uma bicicleta nova com a mesada. B) A comprou uma menino nova o com bicicleta mesada.
Portanto, notamos que a sentença B é agramatical e que a sentença A é formada a partir de uma estruturação hierárquica de seus constituintes em que as palavras são agrupadas em sintagmas que são agrupadas em sintagmas mais altos até chegar no nível da sentença
•Evidências para a estrutura de constituintes
-As sentenças das línguas naturais são formadas por constituintes hierarquicamente estruturadas e não por seqüências lineares de palavras.
•Ambigüidade, que consiste em duas formas de interpretação diferente sobre a mesma sentença.

Gerativismo: Conceitos Fundamentais

•Em 1957 : momento inicial do Gerativismo

•Conceitos de Linguagem e Língua para Chomsky: linguagem é uma capacidade mental dos seres humanos, é isso que nos diferenciam dos animais; pode-se partir de uma materialidade para falar de outra, ou seja, para falar de uma árvore não é preciso estar segurando uma.
A linguagem humana é a única possível de decomposição, ou seja, podemos chegar em seus fonemas já dos animais é como se fosse um código.Essa capacidade é a mesma independentemente da cor, raça ou credo tendo a idéia para Chomsky que não tem relações culturais diferentes dos materialistas na qual culturas diferentes tem visões diferentes de compreender o mundo.
Chomsky radicaliza sua hipótese na qual a linguagem tinha de ser estudada nas ciências naturais por ser de ordem biológica. Quando a gente fala, demonstramos saber muito mais do que ouvimos; somos capazes de produzir infinitos sons partindo de finitos fonemas.

•Segundo Skinner : o fonêmico da linguagem humana pode ser explicado de fora para dentro, na qual as crenças recebiam estímulos lingüísticos do ambiente e produzia respostas verbais, seria uma tabula rasa.Já Chomsky diz que os estímulos ambientais são pobres no sentido de pouco estruturado sintaticamente, comparado ao comportamento verbal exibido pelas crianças.
O cognitivismo, uma mente humana que não seja vazia como falavam os comportamentistas.

•Chomsky dizia que a questão do conhecimento humano passa por dois problemas filosóficos: Platão e Orwell
-Platão: pobreza de estimulo do ambiente, mas mesmo assim nós aprendemos muito, relacionado ao processo da inteligência.

-Orwell: contrário a Platão, como conseguimos relacionar evidencias por conta dos infinitos números de informações.

Portanto, para Chomsky a linguagem é de ordem de aquisição e não de aprendizagem, já nascemos com princípios universais – todas as línguas possuem sujeito e predicado; consoantes e vogais; sistema numérico e isso não significam que sejam iguais- que nos indicam propriedades centrais que qualquer língua pode ter.


•Princípios Universais: gramática universal, que só é acessada espontaneamente até um período da vida; é como tentar “adquirir” uma língua estrangeira após a puberdade na qual a pessoa não adquire uma língua (natural), mas sim aprende portanto é mais complicado e com esforços.

•Competência e desempenho dos conceitos de Chomsky, competência gramatical é o saber lingüístico abstrato que temos em nossa mente.Esse saber é acessado toda vez que precisamos produzir ou compreender frases.
O uso da competência em situação de fala especifica é que constituem o desempenho lingüístico: a competência é um saber e o desempenho é um fazer.Exemplo de uma conta de dividir.

Apenas Duas Questões Respondidas ...

Respondendo a duas questões passadas na aula, baseado em um vídeo :

1.O programa de pesquisa gerativista assume como um dos seus pressupostos que a linguagem é uma capacidade inata dos seres humanos. Segundo os gerativistas, quais são as evidências que sustentam esse pressuposto?

Segundo os gerativistas as evidencias que assumem esse presuposto
é que temos uma gramatica inata, nós já nascemos com a capacidade da linguagem, ou seja,
para Chomsky a linguagem é de ordem biologica e ele se refere a um principio de
criatividade também, que podemos partir do que nós sabemos para a produção de frases que
nunca ouvimos antes, um bom exemplo, é quando a criança começa a produzir frases que é baseado
em regras que ela conhece - que geralmente ouviu de outras pessoas.
Tal pressuposto, é contrario ao que os materialistas acreditam, dizendo que a
linguagem é de ordem cultural.


2.A linguagem humana no entendimento de Noam Chomsky baseia-se em uma propriedade elementar, chamada propriedade da infinitude discreta. Explique o que vem a ser tal propriedade.


Essa propriedade de infinitude discreta por Chomsky, é exclusiva dos
seres humanos, por serem os unicos com a faculdade da linguagem.
Que com seu conhecimento do sistema linguistico, pode
com um numero finito de regras com 33 fonemas, por exemplo, ter combinações
infitas com elas, produzindo sentenças complexas.

Saussurianismo: Saussure

O Saussurianismo é um modo de pensar a língua, partindo de uma ciência que dá conta dos signos (semiologia); faz um recorte verbal, delimita muito bem seu objeto de estudo; com suas ferramentas estuda a língua por dois ângulos: o primeiro é de ordem histórica, ou seja, diacrônica, e a segunda de ordem da atualidade, ou seja, sincrônica.
Saussure era diferente, pensou a língua no momento atual que fica se reatualizando, como se congelar a língua em tal momento, nisso já se tem o processo histórico dela inscrito. Vê a historia cronologicamente, diferente de Bakhtin que volta-se para as relações que se estabelece entre as classes sociais (lutas de classes).
Após Saussure, o estruturalismo não leva em conta os processos históricos, em vista das suas idéias. Porém as criticas do estruturalismo fala exatamente o contrário, levando em conta a historia, que está sempre “cutucando a língua” .


Podemos classificar Saussure, em 3 sujeitos que são bem diferentes:

•Saussure dos Anagramas: o sujeito age com a linguagem

•Saussure dos Manuscritos e do Curso de Lingüística Geral : o sujeito é deixado de lado, o individuo se apropria da ordem do social, se individualiza em um funcionamento da linguagem.


Sobretudo, uma coincidência entre os três é na semelhança de pensar no signo, que está
estritamente na ordem lingüística de uma relação entre significado e significante, não tendo uma relação de exterioridade com o mundo.
Sabemos que existe uma relação não direta entre linguagem e mundo, e esse mesmo raciocínio para com a relação histórica e com a sociedade.
Na época histórica de Saussure, a ciência era positivista na qual sistematizava objetivamente teorias, ou seja, tudo que fosse ao campo da subjetividade e da historia era possível de duvidas e muitos questionamentos.O positivismo afasta o sujeito do objeto se esse quer construir algo.Hoje em dia há a possibilidade do questionamento do modelo de ciência vigente, na qual pode-se fazer uma interpretação de tal; só que sabemos que o positivismo ainda circula, assim como na biologia quando se observa uma célula ao microscópio.

De que trata a Lingüística, afinal?

“De que trata a Lingüística, afinal”, é um texto orientado pelo professor durante a aula do dia 25 de agosto de 2009 cujo autor é José Borges Neto; então farei uma breve discussão sobre ele.
O texto aborda o objetivo e o objeto da Lingüística; quando se pergunta a um lingüista qual seu objeto de estudo, ele rapidamente dirá que é a linguagem, porém é muito ampla tal afirmação apesar de não estar “errada” só não explica o objetivo da ciência lingüística que poderíamos estudar sob diversas e diferentes áreas, como a psicologia, a sociologia, antropologia...
Então não se sabe dizer qual é o objeto de estudo, mas todo estudioso sabe dizer qual é o seu objetivo que estuda a linguagem sob diferentes perspectivas com a morfologia, fonética, sintaxe, discurso, pragmática, etc.
Portanto definem-se os objetos de estudo da lingüística, só que todos eles com uma abordagem da linguagem diferente. Que é analisado por diversas teorias que possuem seu objeto observacional, ou seja, delimita uma parte da realidade como objeto de estudos.

Uma Pequena Introdução à Epistemologia

Este blog é dedicado a uma matéria chamada Epistemologia da Lingüística, ministrada pelo Professor Doutor Roberto Baronas,da Universidade Federal de São Carlos.
Tal objetivo é discutir sobre lingüística, com resumos e resenhas sobre as aulas assistidas e aos textos lidos e indicados pelo professor.

Quanto a Epistemologia, estudaremos as teorias do conhecimento lingüístico com bases filosóficas nos diferentes modos de fazer e pensar, lembrando que a lingüística é uma ciência, portanto é uma tentativa de explicação decorrente da linguagem sob um recorte da realidade.


Propriedade da linguagem humana:nossa linguagem é inacessível ao animal, que possui apenas comunicação e transmissão cultural; assim como no exemplo dado na aula do dia 20 de agosto de 2009 na qual assistimos a um breve vídeo sobre a linguagem das abelhas que consiste em códigos de sinais. Tem o Canal – que é transmitido pela dança; a Comunicação - percepção visual; Comportamento - as abelhas vão até a fonte de alimentos; e não há retransmissão de mensagem.
E segundo Mattoso Câmara, têm-se algumas questões que despertam o estudo da linguagem humana como: noção de certo e errado; língua estrangeira; filológico; descritivo; históricos; biológico e classe social. Ou seja,Tem-se características constantes da língua subjacentes a classe social, sendo que a classe alta possui uma linguagem correta, e a classe baixa uma linguagem errada; há um intercambio lingüístico quanto se diz respeito a línguas estrangeiras; tem-se a necessidade de compreensão de textos antigos, principalmente na literatura e na religião isso é feito pelos estudos filológicos; estabelecer fronteiras entre o que é biológico ou cultural; enfim constituem a lingüística, explicando a linguagem através do tempo e do seu meio.